segunda-feira, 26 de julho de 2010

The Waste...

desperdício (des-per-dí-cio)

s. m.
Ato de desperdiçar.
Gasto ou despesa inútil.
Esbanjamento, perda, desaproveitamento.
A gente nunca dá o valor devido aos segundos, aos milésimos da vida. Falo isso por mim, porque nesse instante não seria sequer minimamente capaz de enumerar a série de respirações que fui capaz de dar sem dar valor a elas, ou da quantidade de segundos que eu simplesmente vivi... sem fazer absolutamente nada.
Geralmente quando o coração aperta, a gente corre pra ir atrás do tempo perdido... e essa expressão não deveria nem existir. Águas, tempos, oportunidades se esvaem, e ninguém pára pra pensar no que não foi. Culpamo-nos muito pelo que deixamos de fazer, mas quantas vezes tivemos um julgamento errado ou qualquer tomada de decisão consciente de seu estrago em outrém e ainda sim decidimos continuar?
Eu fico pensando em tudo que passou e me arrependo por não terem feito o que eu tanto pedia pra fazer, não terem escutado o tanto que eu tinha a dizer, não terem dado valor a tudo que eu tinha a oferecer...
Quantas demonstrações de carinho foram desperdiçadas? Quantas vezes provas de amor foram postas em cheque? Quantas vezes uma lágrima não foi acalentada com um abraço? Tanto tempo se passou, tantas feridas se abriram e vieram até a se fechar, mas elas sempre deixarão marcas de como se fizeram tão profundas - e, em sua maioria das vezes, doloridas - lá.
Já dizia Nando Reis e já se questionava Natasha
"E o que eu te dei, foi muito pouco ou quase nada?"
Às vezes dá arrependimento pelo outro... poderia não ser muito, poderia ser quase nada, mas era, pra mim, absolutamente tudo.
A mim, resta só carregar o amor. Eu sempre digo que não há coisa mais linda do que um coração que carrega uma marca. Isso é sinal de que amou. Tal pensamento me conforta de tal forma que me faz sentir-me a pessoa mais realizada do mundo por procurar partículas de pó que, um dia, foram cacos, que foram fragmentos, que foram pedaços, que foram porções, que foram duas metades até que, um dia, fossem o meu coração.
Não lembro exatamente quando ele foi inteirinho, mas lembro quando ele ficou bem despedaçado. Eu tenho anos pela frente. Tenho muita vida pra viver. E é isso que me dá a mais plena convicção de que eu tenho todo o tempo do mundo para conserta-lo.
"Amor é primo da morte
E da morte vencedor
por mais que o matem - e matam-
a cada instante de amor"
(C. Drummond de Andrade)

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