segunda-feira, 18 de abril de 2011

The Killing Pain...

"Bem que se quis
Depois de tudo
Ainda ser feliz
Mas já não há
Caminhos prá voltar
E o quê, que a vida fez
Da nossa vida?
O quê, que a gente
Não faz por amor
?"

Marisa Monte - Bem que se quis


Hoje é um dia... só mais um dia.
Um dia a mais pra lembrar que tenho um órgão vital chamado coração e que, neste momento, preferiria ter um tímpano a mais ao invés dele. Um dia que eu precisava que as 24 horas se transformassem em 24 minutos e corresse como as rajadas de ventos que correm pelos descampados.
Coração este que eu até trocaria por outra coisa. Trocaria esse órgão tão interno por um membro externo: um ombro. Um ombro pra despejar gotinhas transparentes e quentes que não conseguem se conter dentro de vias lacrimais. Vias cheias essas que estão fazendo doer meu coração tão congestionadas estão... ou seria o coração que está congestionando-as? Ou seria a dor desestabilizando tudo e fazendo tudo gerar em cadeia? Não sei, mas meu cérebro certamente não está funcionando bem, afinal, não consegue racionalizar sobre suas próprias funções e sobre o funcionamento do organismo o qual habita.

Um dia a mais pra você se decepcionar com as missões que traça e frustra-se em tentar cumpri-las.
Dica: prum capricorniano, não pode haver coisa pior que desapontar seu perfeccionismo e suas metas.
Pior! Metas essas que tracei para comigo mesma! Tenho que conviver com essa frustração diariamente porque não há como eu fugir de mim mesma - ainda, afinal, estou tentando e, por mais que não tenha obtido sucesso até então, uma hora consigo. São metas de mim, para tudo e todos, mas, em especial, para mim. É quando o meu muito, quando posto pra fora, é visto como pouco. É quando o que eu achava que valia algo pra alguém é visto como barato. É quando o meu tudo, quando externado, torna-se nada. No fim, é quando a tentativa se torna em dor e só tende a aumentar.

Tentei por 23 anos e continuo tentando, mas murros em ponta de faca doem. Porém, alguém já chegou a se perguntar por que a pessoa dá murros na ponta de uma faca? Não sabe-se por exemplo se ela quer apenas quebrar a defensiva de alguém e tinha apenas um punho, enquando a outra pessoa desembainhou um objeto pontudo, afiado e cortante. Às vezes a pessoa está cansada de ficar rodeada de facas e tenta defender-se delas. Às vezes a pessoa descobriu que tinha que fazer algo menos nocivo dessa faca e descobriu que somente por meio de uns socos certeiros na ponta seria capaz de entorta-la...

Eu peguei um caminho. Caí bastante nesse caminho. Tentei pegar atalhos e lá tinha mais pedras. Me lasquei novamente. Peguei flores que ao longo do caminho murcharam, outras eram lindas mas não tinham perfume e outras... tinham um perfume inebriante e eram apenas o espinho, sem a rosa. Andei muito, mas não sei pra onde estou indo. Tá tudo tão escuro, tem tanta curva, tanta ladeira acima que é complicada de ser subida. Já escorreguei tanto, já bati tanto diversas partes do corpo nesse caminho que estou pensando. Pensando no quanto tudo está doendo, e se vale a pena continuar a jornada ou permanecer do ponto de talvez onde eu nunca deveria ter saído.